O implante dentário se tornou extremamente popular nas últimas décadas. O desenvolvimento dos métodos de diagnóstico, planejamento e design dos implantes os tornaram uma opção biologicamente segura e de longo prazo, tornando-os uma escolha atraente para reposição de um único dente até uma reabilitação oral completa. No entanto, complicações podem ocorrer e, dentre elas, está a dor persistente pós implante que, atualmente, é denominada dor neuropática trigeminal pós-traumática (PTNP, sigla em inglês).

Felizmente, a maioria desses pacientes que sofrem lesão neuronal, seja direta ou indiretamente, durante a cirurgia de colocação de implante dentário tendem a ter recuperação gradual ao longo do tempo. Porém, os que permanecem sintomáticos (0.3 a 8.5%) podem ter um impacto negativo bastante relevante na qualidade de vida, com comprometimento de funções básicas como falar, beber, escovar os dentes, levando-os à reclusão social, além de ansiedade e depressão, dentre outras sequelas.

Uma excelente revisão foi publicada recentemente abordando vários pontos importantes para o reconhecimento dessa condição, incluindo desafios no diagnóstico, características clínicas, métodos de diagnóstico incluindo exames complementares, fatores predisponentes e fatores de risco que devem ser observados pelo clínico geral e cirurgião, além de possíveis mecanismos de ação e manejo desses pacientes.

O fato de ainda haver dificuldade, no reconhecimento de tal condição, adicionado ao sofrimento dos pacientes em função da dor persistente e à dificuldade de manejo, são alguns aspectos que evidenciam a relevância desse artigo.

Esta resenha foi produzida por Julyana G. Zagury com o apoio da Comissão de Ensino e Pesquisa da SBDOF.

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