O aumento do número de pacientes queixando-se de dor orofacial durante a pandemia chamou a atenção de muitos dentistas e especialistas. A influência do estresse psicológico em desordens temporomandibulares não é novidade e havia sido até antecipada por estudiosos. ⠀

Um estudo prospectivo publicado em fevereiro apresentou dados interessantes sobre esta relação. Foram avaliados pacientes diagnosticados com DTM aguda/subaguda e crônica (por pelo menos 6 meses) antes e após o lockdown.

Foi utilizado o DC/TMD (Critérios Diagnósticos de Desordens Temporomandibulares), dentre outros questionários para avaliação de fatores como percepção da qualidade de vida, qualidade do sono, ansiedade e depressão, intensidade da dor, comportamento oral e incapacidade associada à dor crônica.⠀

Nenhum dos 45 pacientes do estudo havia recebido tratamento nos 6 meses anteriores ao estudo e, uma vez recrutados, receberam terapia manual, exercícios e placa oclusal (quando indicado) por um mês, antes do lockdown.⠀

Os resultados do estudo sugerem que pacientes que possuíam DTM crônica antes da pandemia foram significativamente mais susceptíveis ao estresse no período de lockdown em comparação a pacientes com DTM aguda/subaguda, apresentando piora na intensidade da dor, características de sensibilização central e elevada incapacidade associada à dor crônica.⠀

Apesar da ansiedade e depressão terem agravado nos dois grupos, a piora não foi significativa no grupo de DTM aguda/subaguda. O estudo não determina fator causal entre estresse associado à pandemia e DTM, porém adiciona ao conhecimento sobre a relação entre estresse e DTM. ⠀

Asquini G, Bianchi AE, Borromeo G, Locatelli M, Falla D. The impact of Covid-19-related distress on general health, oral behaviour, psychosocial features, disability and pain intensity in a cohort of Italian patients with temporomandibular disorders.⠀

Resenha produzida por Julyana Gomes Zagury.

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