Pacientes com DTM podem apresentar, assim como acontece em outras condições crônicas, um quadro de sensibilização central (SC): maior responsividade dos neurônios nociceptivos no sistema nervoso central que leva a uma diminuição no limiar de ativação dessas células com amplificação no processamento da dor.

Embora a SC não possa ser medida diretamente, testes psicofísicos, tais como o teste quantitativo sensorial e o teste de modulação condicionada da dor, podem ajudar a compreender esse fenômeno, melhorando a abordagem dos tratamentos nesses pacientes. O Inventário de Sensibilização Central (ISC) tem sido sugerido como mais um método para essa avaliação. Em paralelo, o componente psicológico é um outro fator que pode contribuir para a persistência e exacerbação da dor e da SC.

Nesse estudo, os autores buscaram avaliar a correlação entre os escores do ISC, testes psicofísicos e questionários psicossociais de acordo com a presença de DTM dolorosa. Observaram que, nos indivíduos com DTM dolorosa, os sintomas psicossociais são mais frequentes, apresentam maiores escores do ISC e menores limiares de dor nos testes psicofísicos. Os escores do ICS foram significativamente correlacionados com medidas psicossociais, mas não com testes psicofísicos. Assim, destacam que o inventário pode não conseguir avaliar a presença de SC e, dessa forma, a avaliação psicofísica não deve ser substituída por esse instrumento. No entanto, o ICS pode ser útil na avaliação de condições de dor primária crônica.

Referência: Proença JS, Baad-Hansen L, Braido GVV, Mercante FG, Campi LB, Gonçalves DAG. Lack of correlation between central sensitization inventory and psychophysical measures of central sensitization in individuals with painful temporomandibular disorder. Archives of Oral Biology. 2021 124(Jan):105063. doi: 10.1016/j.archoralbio.2021.105063

Esta resenha foi produzida por Paula Cristina Jordani Ongaro com o apoio da SBDOF.

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